Zona rural de Mossoró vive ‘surto’ de cinomose e ‘dezenas’ de cães morrem com a doença, diz Secretaria de Saúde

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Pasta confirma que diagnósticos apontaram que animais de algumas regiões da zona rural da cidade morreram pela doença canina, que não é transmissível para humanos.

“Dezenas” de cachorros morreram na zona rural de Mossoró, na Região Oeste do Rio Grande do Norte, por uma doença conhecida como cinomose (entenda mais abaixo). De acordo com a prefeitura da cidade, através do Centro de Controle de Zoonoses da Secretaria de Saúde, o cenário nas localidades é considerado um “surto”.

O número de animais doentes ou que morreram na zona rural com a patologia não foi confirmado ao certo pela pasta, mas a Secretaria de Saúde cita que foram “dezenas”.

Os animais começaram a apresentar a doença – que se mostrou misteriosa para os moradores – em meados do mês de dezembro e motivaram uma denúncia dos agentes de endemia da zona rural ao Centro de Controle de Zoonoses da cidade. Após análises, o diagnóstico confirmou as mortes por cinomose.

A cinomose é uma doença altamente contagiosa provocada por um vírus e que ataca os cães – ela não é transmitida para humanos e nem para outros animais domésticos, como gatos.

As localidades da zona rural de Mossoró onde foram identificadas a doença foram as comunidades Real, Montana, APAMA e Rancho da Casca.

De acordo com o responsável técnico do Centro de Controle de Zoonoses de Mossoró, Genicleiton de Góis, a doença se espalhou de maneira mais fácil devido às condições em que os animais viviam, já que alguns sequer tinham “tutores” efetivamente nas comunidades .

“A cinomose canina é uma doença altamente contagiosa, que incide diretamente no sistema nervoso dos animais, entérico, respiratório, e por vezes até cutâneo, ou seja, uma doença multisistêmica. E essa característica dessa patologia levou ao óbito vários animais, devido às condições em que viviam, como sendo semi domiciliados. Por vezes o dono caracterizava-se apenas por dizer que era dele, mas o animal não tinha o cuidado necessário, não estavam sendo submetidos ao manejo sanitário necessário, como vacinação, vermifugação, boa alimentação e condições ideais de higiene”, explicou.

Nota técnica cita “surto”A nota técnica emitida pelo Centro de Controle de Zoonoses da Secretaria de Saúde de Mossoró confirmou o “surto” que atingiu “dezenas” de cachorros.

O documento cita que “foi possível observar uma sintomatologia comum entre os animais que encontravam-se doentes e aqueles que vieram a óbito” e logo foi descartada a Leishmaniose ou Raiva, além de uma possível sequela da vacina antirrábica.O diagnóstico prévio feito pela equipe foi de cinomose, o que foi confirmado em exames em seguida, no próprio mês de dezembro.

Em janeiro deste ano, uma nova visita técnica dos agentes realizou exames nos animais doentes da localidade, além de realizar um questionário básico sobre as condições sanitárias do local, sobre vermifugação e calendário vacinal.

Por conta do cenário, foi feita coleta de sangue para realização de hemograma completo e teste rápido de cinomose. Os testes rápidos confirmaram a doença e os hemogramas apontaram ainda que cerca de 75% dos animais apresentavam presença de hemoparasitas, sugestivo para doença do carrapato.

Cinomose

A cinomose é uma virose que ataca cães, afetando órgãos respiratórios com febre e secreções, e também o sistema nervoso.

A transmissão ocorre por contato entre animais já infectados, através de secreção do nariz e boca, ou pelas vias respiratórias, através do ar contaminado, ou por objetos que já tiveram contato com o portador da cinomose.

Dentre os sintomas, estão a perda de apetite, corrimento ocular e nasal, diarreia, vômito e debilidades nervosas, como tiques, convulsões e paralisias, além de dificuldade de respirar e febre.

A doença começa geralmente pela fase respiratória, através de pneumonia e pus, por exemplo, e ocular. Não existe tratamento para acabar com a virose, mas a melhor forma de prevenir é a vacinação, sendo três doses quando filhote, aos seis meses de idade, e depois uma dose anual.

Fonte: G1/RN