Armas inteligentes podem chegar ao mercado nos EUA ainda em 2022
Pistolas que usam leitor de digitais, sensor de aproximação e senha para atirar estão sendo desenvolvidas no país.
Armas inteligentes e personalizadas, que só disparam se o gatilho for apertado por usuários cadastrados, podem ser o próximo passo na evolução da indústria de armamentos nos EUA. Duas empresas americanas deram os primeiros passos para apresentar e regulamentar esse tipo de equipamento nos últimos dias.
Na última sexta-feira (7), a LodeStar Works fez uma demonstração à imprensa e a investidores de uma pistola 9 mm inteligente na cidade de Boise, em Idaho. Paralelamente, outra empresa, a SmartGunz, informou que forças de segurança estão testando seu produto, um modelo similar com menos funções. As duas esperam colocar as pistolas no mercado ainda neste ano.
Um dos fundadores da LodeStar, Gareth Glaser contou em uma entrevista que se inspirou para desenvolver o produto após ouvir histórias sobre crianças baleadas quando brincavam com armas. A ideia é que a tecnologia impeça as pistolas de atirar se não forem usadas por pessoas previamente cadastradas.
Se a implementação for bem-sucedida, isso poderá ajudar a prevenir suicídios, reduzir o roubo de armas particulares, que seriam inúteis sem a liberação dos donos, e aumentar a segurança de policiais e agentes carcerários que tiverem suas pistolas tomadas por suspeitos.
A LodeStar pretende lançar sua arma inteligente por US$ 895 (o equivalente a cerca de R$ 4.950). Glaser afirmou que o próximo desafio será ampliar a capacidade da empresa para fabricação em escala, mas mostrou confiança no protótipo demonstrado, de terceira geração. “Finalmente chegamos ao ponto de apresentar ao público”, disse ele.
Tecnologias para prevenção
A maior parte dos primeiros protótipos de armas inteligentes usava impressões digitais ou autenticação por radiofrequência, que faz com que a arma atire apenas quando um chip instalado nela se comunique com outro instalado em um anel ou pulseira usado pelo proprietário.
No caso da LodeStar, a pistola usa tanto um leitor de digitais quanto um chip de comunicação por proximidade ativado por um app de celular, além de um teclado numérico para inserir uma senha. A arma pode ser autorizada para mais de um usuário.
A ideia é que o equipamento seja destravado pelo leitor de digital, com o teclado numérico colocado como alternativa caso a leitura da impressão seja impedida por água ou outro fator. Na demonstração, a empresa não usou o sensor de proximidade, mas disse que seria a terceira opção, por exigir que os usuários acionem o app no celular.
A SmartGunz não revelou quais agências de segurança estão testando suas armas, que são liberadas por identificação de radiofrequência para atirar. A empresa pretende vender seu modelo de pistola 9 mm por US$ 1.795 (cerca de R$ 10 mil), a policiais e outros agentes, e por US$ 2.195 (cerca de R$ 12,1 mil), a consumidores comuns.
Outras tentativas de criar armamento inteligente foram repelidas por associações que defendem a liberdade de uso de armas nos EUA. Em 1999, a Smith & Wesson, uma das principais fabricantes de armamentos do país, se comprometeu a desenvolver esse tipo de equipamento, mas sofreu um boicote e desistiu dos planos.
Em 2014, a empresa alemã Armatix chegou a colocar no mercado uma pistola inteligente de calibre 22, mas ela foi retirada das lojas depois que hackers descobriram uma maneira de interferir remotamente nos sinais de rádio das armas e, usando ímas, atirar quando elas deveriam estar travadas.
Fonte: R7