“Solução não é aumentar impostos”, afirma senador Rogério Marinho

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O senador Rogério Marinho concedeu entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News Natal, na última sexta-feira (17)

O presidente estadual do PL e líder da oposição no Senado, senador Rogério Marinho, defende candidaturas a prefeito do PL onde for possível. Nas cidades sem candidato próprio, o partido deverá se compor com outras legendas de espectro político à direita e ao centro. Marinho confirma para a primeira semana de dezembro, o anúncio de uma candidatura única em Natal, que vai sair do PL, União Brasil, PSDB e outros partidos, depois da passagem do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Rio Grande do Norte no fim de novembro. O parlamentar ainda criticou a proposta do Governo do Estado que pretende elevar para 20% o ICMS também no próximo ano. Confira os principais trechos da entrevista.

O grupo de partidos de centro e direita anunciam pré-candidato a prefeito de Natal dia 30, como foi acertado na reunião de outubro em seu apartamento em Brasília?

A ideia é essa. Como o final do mês vai coincidir com a vinda do ex-presidente Jair Bolsonaro, vamos imaginar a primeira semana de dezembro, acho que a gente não deveria confundir os momentos, o meu sentimento é que essa vinda do presidente Bolsonaro é um momento de fortalecimento de um partido, e estamos falando de um grupo de partidos políticos, quatro ou cinco partidos, que poderão convergir numa candidatura. O presidente tem percorrido o Brasil, fortalecendo o PL, e juntamente com a Michelle Bolsonaro, que faz um trabalho com o PL Mulher buscando vocações, pessoas que estejam e se inspirem a entrar na vida pública, mulheres e jovens, então a ideia do PL, e sabemos que vai acontecer até 2030, temos 37 partidos em 2018 representados no Congresso Nacional, na Câmara, hoje são 14 em função da legislação, entre federações, fusões e partidos unitários, a expectativa é que em 2026 isso chegue a nove partidos e em 2030 isso chegue a seis partidos, tem um partido de direita, um partido de esquerda, um de centro-direita, um de centro-esquerda e dois de centro. Houve uma redução brutal de partidos em função dessa legislação, que definiu que você tem um percentual de votos nacionais, para ter representação e ter direito a fundo partidário e tempo de televisão. E como vai aumentando o sarrafo progressivamente, eu acho que vai chegar em torno de 3,0% e 3,5% na eleição subsequente de votos nacionais, a expectativa é uma avaliação dos presidentes de partidos, não só do nosso, de todos os partidos que hoje têm militância politica no Brasil. Isso vai ser muito bom, porque terá uma identidade programática e ideológica de quem se está votando. É muito ruim o que acontece no Brasil hoje um determinado personagem político que tem proeminência e exerce o mandato, ele se posiciona favorável a um determinado espectro político quando aquele grupo que ele tá ligado perde a eleição, ele já aderiu ao grupo subsequente e não dá nem satisfação e a população olha pra que ele diz, poxa, eu fui enganado.

Na primeira semana de dezembro, o grupo dos partidos ligados à direita em Natal, caminha pra anunciar esse nome em 2023?

Se chegarmos a um concesso.

E está tendo divergência?

Não existe divergência, existem ainda passos a serem dados, temos o nosso dever de casa a ser feito, nós estamos trabalhando com um grupo de pessoas que fazem parte de agremiações diferentes e certamente tem dentro dos seus respectivos partidos que dá satisfação aos seus filiados, estabelecemos um cronograma que foi um pouco alterado em função dessa vinda do presidente Bolsonaro, mas vamos nos reunir já na primeira semana de dezembro e se tiver entre nós esses requisitos preenchidos, espero já termos um candidato, porque as regras ou os fundamentos foram estabelecidos na reunião que tivemos no meu apartamento (em Brasília) em outubro. De lá para cá aconteceram muitas notícias, vi muitas notícias, li muitas notícias, vi muitos atores interferindo, vamos ver o que vai acontecer.

Esse grupo espera algum tipo de apoio que venha de outros partidos ligados ao próprio centrão, como é o caso do Republicanos, o partido do prefeito Álvaro Dias?

Eu acho que tem dois aspectos importantes, primeiro uma convergência de afinidade de propósito entre nós, então o que é que nos une? Nós somos partidos que tem uma afinidade programática, o PL está mais a direita, demais partidos estão mais ao centro, mas é necessário termos uma proposta para a cidade do Natal. Eu sou natalense eu quis ser prefeito de Natal, eu amo essa cidade, eu nasci aqui, eu me eduquei aqui eu conheço a cidade eu fui subprefeito da região oeste quando vi que eu fui subprefeito de Natal na primeira administração de Wilma de Faria, então eu vi essa cidade florescer e ela paralisar, ela estancar no tempo e vi as capitais do Nordeste passarem muito na nossa frente, isso tem muito a ver com a forma como ela foi administrada, como os nossos administradores planejaram e executaram as políticas públicas em relação a cidade. Então nós não temos o direito de lançar uma candidatura se não tiver também um projeto para Natal, que passa por essa esse rearranjo natural que a cidade precisa ter então isso também precisa ser elevado a consideração.

Em Mossoró e Parnamirim, o PL vai ter candidatos a prefeito?

Em relação ao Estado do Rio Grande do Norte, o PL vai apresentar candidaturas a prefeito sempre que possível, qualquer partido que quer crescer ele precisa ter protagonismo. Time que não joga, não tem torcida. Então não só em Natal, como em Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, Extremoz, Mossoró, Caicó, nas cidades maiores mas vamos tentar ter candidatos majoritários sempre que possível, mas se não for possível, vamos tentar nos compor. Já falei de Natal, em Parnamirim nós queremos apresentar uma candidatura do PL, estamos conversando com o prefeito Rosano Taveira e vamos aguardar até o final do ano. E em Mossoró temos uma conversa muito proveitosa com o prefeito Alysson Bezerra para nos compor na chapa majoritária e nós temos até o mês de junho ou julho para conversar.

Qual a opinião do senhor sobre a iniciativa do Governo do Estado em propor aumento do ICMS para 20% em 2024?

O Governo [do Estado] mostra a sua incompetência e a sua incapacidade de lidar com as finanças públicas porque é evidente que o governo não sabe ou não informa a sua população que existe uma teoria, que já foi mostrada na pratica que funciona, que é a curva de Laffer. Quanto maior o nível de tributação sobre um determinado setor econômico, maior é a erosão fiscal e a sonegação. Se você cobra num ponto ótimo, adequado, paradoxalmente aumenta a arrecadação. Um grande exemplo é o que ocorreu no Governo Bolsonaro quando 4 mil produtos industrializados tiveram redução de IPI e não houve queda de arrecadação. Ela continuou crescendo. O que o governo está fazendo é o caminho mais fácil, mais cômodo para equilibrar as contas públicas. Mas causará enorme prejuízo ao setor produtivo. A solução não é aumentar impostos, é fazer o dever de casa. Governo não pensa em fazer reforma administrativa, em rever seus contratos, os custos que têm. Governo está sempre preocupado em ficar dentro de equação onde quem perde é o cidadão.

O que ficou claro de prioridade para o Rio Grande do Norte, inclusive através das palavras de governadora Fátima Bezerra?

A governadora coloca como prioridade a questão da BR-304, que é uma prioridade de todos nós, a questão da saúde pública, a complementação de obras hídricas, que foram inclusive iniciadas no governo do presidente Bolsonaro. É evidente, pelo que ouvimos, que há uma grande demanda e uma grande dificuldade na questão de saúde no estado, diversos órgãos representados, hospitais federais, estaduais, municipais, associações filantrópicas, como a Liga Contra o Câncer, Hospital Varela Santiago, além dos hospitais mais importantes em Natal e Mossoró, todos extremamente fragilizados e desaparelhados, precisando de recursos para resolver situações emergenciais, como a fila de cirurgias eletivas, que já chega segundo a palavra da própria governadora, a quase 26 mil pessoas que aguardam em alguns casos até anos para fazer uma cirurgia que vai resolver o seu problema de saúde. Então, a angústia dessas pessoas precisa ser vista de uma maneira mais cuidadosa pelos membros da bancada.

Há possibilidade de se priorizar as emendas para a saúde em detrimento de obras estruturantes?

A legislação já determina que 50% das emendas de um parlamentar são para a área de saúde. A metade do que normalmente destinamos já é obrigatoriamente para a saúde. Todos os 11 parlamentares, teremos a oportunidade de nos debruçarmos sobre o que assistimos, do que nos foi apresentado e termos o nosso juízo de valor. Eu posso falar por mim, eu acho que é importante, termos no Rio Grande do Norte projetos que estimulem emprego, renda e geração de oportunidades, porque somos um Estado que falta essa perspectiva, essa esperança para os jovens que estão ingressando no mercado do trabalho. Nós temos hoje uma malha viária destruída, principalmente a estadual. Se alguém quiser saber a referência de que saiu do Rio Grande do Norte, entrou no Estado vizinho ou no Ceará ou na Paraíba, não precisa olhar as placas de sinalização, é o estado de conservação do piso, sai de uma tábua de pirulito para uma estrada minimamente conservada. A questão da educação, apesar de sermos um estado governado, já há quase cinco anos por uma professora, estamos no último lugar de proficiência educacional no ensino médio, um dos últimos lugares no ensino básico e temos um problema sério de sensação de insegurança, tem-se muitas necessidades e o cobertor é curto, essa graduação cada um dos parlamentares têm que fazer. É preciso levar em consideração o curto prazo, tem a angústia das pessoas, que estão querendo resolver o problema mais imediato, que é uma operação, a questão da sua saúde, até a frustração dos sonhos dos jovens, que não hoje não têm um expectativa no Estado. Não é uma tarefa fácil, mas fomos eleitos para toma esse tipo de decisão.

Fonte: Tribuna do Norte