Governo de SP e prefeitura anunciam ação conjunta para tentar acabar com a Cracolândia
Programa prevê ações de segurança, habitação, saúde e assistência social e terá 500 policiais atuando em operação delegada na região
O Governo de São Paulo e a prefeitura da capital lançaram nesta terça-feira (24) um programa a ser implantado na região da Cracolândia, no centro, em mais uma tentativa de acabar com o fluxo de usuários de drogas na região.
A ação foi anunciada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) e prevê uma operação conjunta que envolve não apenas as forças de segurança, mas também ações em áreas como saúde, habitação e assistência social.
Tarcísio afirmou que se trata de uma tarefa difícil e que diferentes gestões já tentaram suas estratégias, mas acabaram não obtendo sucesso. “Talvez a gente estivesse abordando esse problema da forma errada. Muitos especialistas foram ouvidos. Cada especialista tem um ponto de vista diferente sobre o problema”, afirma.
O programa será coordenado pelo vice-governador, Felício Ramuth (PSD), e terá quatro diretrizes:
• abordagem qualificada, com 200 profissionais com experiência no tratamento de dependência química;
• no momento em que a abordagem funciona, o usuário será levado para um “hub”, que vai funcionar no Cratod (Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas), mas vai analisar as necessidades dos pacientes;
• integração da jornada de cuidados desses pacientes entre estado e município; e
• plena oferta de serviços públicos em todas as frentes de atuação, por meio da atualização do cadastro único.
Na área da segurança, serão usadas 500 câmeras inteligentes, e o mesmo número de policiais atuará em operação delegada — o bico oficial, fora do horário normal de trabalho. Quando não houver flagrante, os policiais militares poderão fazer registro de ocorrência para fins judiciais sem precisar se deslocar até uma delegacia.
O governador Tarcísio de Freitas ressaltou que a presença policial buscará “impedir a livre ação do tráfico que alimenta o fluxo”. A internação compulsória (autorizada pela Justiça) vai ser usada apenas em último caso, segundo o mandatário. “Não pode ser descartada. Mas vamos trabalhar com as outras opções de acolhimento antes.”
Fonte: R7